quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Lição de vida

Durante a caminhada de hoje comecei a observar as pessoas e lembrei de uma amiga que entende de vida e de ser humano como ninguém. Um dia ela me disse que estava sentada na Praça Sete (Belo Horizonte) observando as pessoas. Elas vem e vão, algumas cantam , outras flutuam que nem parece que estão neste mundo, outras andam sorrindo e a maioria olha pra baixo com um ar sério e o semblante extremamente preocupado. E observando toda essa multidão ela viu uma mulher na cadeira de rodas e ficou impressionada ao ver quem levava ou empurrava essa cadeira: um cego.. Isso é lindo, e foi uma das coisas mais lindas que já ouvi esse ano, até agora.
O ser humano juntamente com a vida é uma caixinha de surpresas. E a bondade, solidariedade, gentileza, compaixão tornaram se um artigo de luxo, algo que não se encontra mais em qualquer lugar.
E durante a caminhada passaram por mim algumas pessoas deficientes (definição: imperfeição, falta, lacuna.), e senti uma força tão grande nessas pessoas, mais forte do que qualquer pessoa "completa" que passava por elas. Um senhor me chamou muito a atenção. Os traços dele são de um homem que foi muito bonito, que partiu muitos corações, deve ter tido muitos amigos, muitas festas ou não, mas ele caminhava com muita dificuldade, um pouco manco, um pouco torto, muito devagar passo por passo, e ao seu lado um cachorrinho o acompanhava, fiquei com aquela cena na minha cabeça, e pensei na força daquele homem. Quando tudo está contra ele, ou seja, ele poderia ficar em casa, sentado, esperando algo acontecer, afinal a caminhada é dificil, o dia não estava de sol, nada animador, mas ele luta pela vida, por algo que ele quer, sem muletas tampouco uma bengala, seu único apoio é o cachorrinho que o acompanhava fielmente. Quantas barreiras ele deve enfrentar todos os dias ao sair de casa, quantas vezes ele não se encontra em um estado de espírito não muito animador, por que sempre temos dias assim, mas mesmo assim algo maior o faz sair de casa e fazer sua caminhada. Por que? Talvez para se sentir melhor, talvez para se "encaixar" na sociedade, talvez procurando uma resposta..

A sociedade! Somos uma linda farsa. Padronizamos tudo, temos que estar de acordo com o que "nosso meio" considera normal. Mas quem é normal, o que é a normalidade?! Quem está certo ou errado?! Andar pelo caminho "certo" é uma regra inerente ao ser humano, pelo menos onde os olhos podem alcançar, por que já disseram: de perto, ninguém é normal! Carro do ano, roupa de marca, restaurante badalado, pessoas populares... quanta besteira!!! Nada na vida está totalmente certo. O que temos a nossa frente é um papel em branco pedindo para ser escrito, desenhado ou se transformar numa obra de arte, que seja, mas temos anseio em "andar conforme os padrões estabelecidos pela sociedade".

Então eu percebi que essa pessoas, "imperfeitas" são mais felizes, elas tem que enfrentar problemas de verdade e a maioria enfrenta. Adiante sempre! As minhas imperfeições me tornam especial, me tornam única, verdadeira, inteira, mesmo que me falte algo essencial. Essa importância que valorizamos tanto, não faz diferença quando estamos entre a vida e a morte. A vida é uma grande brincadeira, uma festa. Então viva, festeje, brinque, divirta-se, sorria mais, espalhe amor, alegria, solidariedade, gentileza eu tenho certeza de uma coisa: tudo se tornará mais leve, mais fácil, mais gostoso! VIVA!

Ela andava com os olhos dele e ele enxergava com as pernas dela. Ele guiava sem ver, ela andava sem se mexer! Isso é vida, é lindo, é mágico! Viva a vida!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

No meio da multidão



Pensar estar sozinho quando milhares de pessoas estão ao seu redor parece um pouco loucura, mas é exatamente assim que me sinto às vezes. Meio o oposto, o errado, o que não deveria estar aqui. Sinto como se eu estivesse sobrando um pouco neste lugar. Tento mudar o foco, mudar o rumo das idéias, mas às vezes parece impossível resistir a ser vitima, isso torna tudo muuuuuiiito mais fácil.
Vamos ao que interessa, o que me fez pensar dessa maneira, em menos de duas semanas recebi quatro convites de amigas minhas que vão casar, sendo que duas me convidaram para ser madrinha, rs, isso seria lindo se eu não me sentisse como me sinto as vezes, deslocada. Sim, a maior parte das minhas amigas estão, casadas sem filhos, casadas com filhos, estão namorando com filhos ou estão namorando e vão casar e ter filhos, onde eu entro nessa história????
Sou formada em direito (bacharel), empresária comerciante, mas pensei seriamente em formalizar uma terceira profissão: “Madrinha” Vamos ficar noivos, você pode ser nossa madrinha?? Estou grávida, Ah!! Você já sabe quem é a madrinha não é?! Claro que é você!!! Tia você quer ser minha madrinha de crisma?? Você pode ser minha madrinha no casamento civil?
Em primeiro lugar, eu fico muito feliz com todos esses convites, não me entenda mal, fico feliz em fazer parte de um momento tão único e especial, fico feliz com a confiança depositada em mim deixando em minhas mãos algo pessoal pra ser resolvido, me sinto  uma verdadeira arbitra de conflitos, isso é muito legal e eu aceito com todo o amor, de verdade. Aceito essa responsabilidade com muito amor e dedicação, portanto não entenda que eu estou criticando o convite.
Na verdade acho ao mesmo tempo engraçado e meio louco eu ser a madrinha ideal de todos, será que é por que eu sou calma, tranqüila, dedicada, amiga ou será que é por que geralmente sou a solteira sem namorado que aceita logo o convite por que ninguém pode impedir que ela vá ao casamento da amiga de mãos dadas com outro homem??
Acho meio improvável essa segunda hipótese, uma vez que em todos os casamentos que fui madrinha estava acompanhada e ele nunca entrou de mãos dadas comigo, afinal sempre fui chamada pra ser madrinha e ele não. Mas agora estou solteira e de repente recebo QUATRO convites de casamentos das minhas melhores amigas. Fiquei meio assustada, perdida, sozinha. Acho que justamente agora que estou solteira, solteira mesmo, pór que sempre tinha um rolinho ou alguém pra pensar, mas essa fase estou realmente sozinha, por opção, mas sozinha, acho que por isso pesou um pouco e doeu pensar em tantas histórias vividas ao lado delas, tantos momentos inesquecíveis, tantas gargalhadas na madrugada, tanto choro contido e um colo amigo pra ajudar a superar aqueles momentos, tantas confidências realmente guardadas em segredo, tantas brigas bobas por ciúmes. Sinto falta das minhas grandes e velhas amigas, e sei que muitas coisas vão mudar quando elas assinarem os documentos que tcham tcham tchaaammmm, vão mudar suas vidas, por isso: Não esqueça, eu amo você e minha amizade é sincera e verdadeira, e não,esse texto não é dedicado a você, talvez o próximo tópico eu faça especialmente para dedicar a você, mas de qualquer forma não custa dizer: Seja feliz!!!
Voltando ao assunto, eu não consigo mais me encaixar nas conversas, fico perdida quando o assunto é o anel de noivado, o que o noivo fez que foi super desagradável, onde ela pensa em fazer a festa... blábláblá.. Não caro leitor, eu não estou com inveja, não mesmo, nem da inveja branca, nem da inveja preta, eu não provei nem um pouco desse veneno, simplesmente estou tentando entender o que acontece com as pessoas que não casam, será que elas estão fadadas a passar o resto de suas vidas tentando buscar encaixes onde elas possam entrar e hum, se “adequar”???
As conversas são chatas, monótonas e sempre a mesma coisa, será que os casados não percebem, e as mães, aii isso sim é difícil de agüentar, fraldas, mamadeiras, choro, não podem beber, nem fumar, nem falar um mega palavrão, não podem mais pensar em outra coisa que seja o seu pimpolho: o que ele vai ser quando crescer, que time ele vai tocer, vai fazer as meninas chorarem, vai ser miss, mais blábláblá.
Sinceramente caro leitor, você realmente agradável falar de algo que você desconhece, que você nunca viveu?! Que você sequer sabe como é esse cotidiano?? E que você morre de vontade que aconteça com você??
Tenho pensado assim ultimamente, eu sou a personagem principal de uma história de amor, por isso todas as minhas amigas já estão com seus compromissos, assim eu posso ser Bridget Jones ou Carrie Bradshaw. É isso, eu sou aquela que todo mundo ama, mas que fica largada até aparecer o homem que muda sua vida, aquela que tem a história mais gostosa de ler,  aquela que todas querem conhecer e se tornar sua grande amiga, sou aquela que vai em todos os casamentos e todo mundo ama quando ela faz um discurso pra amiga, sou aquela engraçada que consegue sentar em qualquer roda de conversa e fazer todos se divertirem, sou aquela que no final do conto encontra seu par ideal e faz as pessoas do outro lado dizerem: Eu quero viver uma história assim!  
Essa sou eu! Decidi que não preciso me preocupar com o tempo, que tenho grandes amigas, apesar de não me encaixar mais em suas vidas, mas descobri que eu encaixo na vida delas, que elas adoram viajar com as minhas histórias, com as minhas trapalhadas, que na verdade elas queriam estar comigo vivenciando todas essas lindas experiências que tenho vivido e que não conseguem, por que meu amigo, quando se trata de assunto do coração, perdemos a autonomia sobre nós mesmos e não podemos mais viver as nossas próprias histórias e sim a história de nós dois.
Um brinde ao amor!!! Um brinde ao amor próprio, ao amor de mãe, ao amor de companheiros, ao amor de irmão,ao amor de filhos, ao amor de amigos, ao amor universal, ao amor de madrinha!!! 

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