segunda-feira, 15 de junho de 2015

Dúvidas e escolhas

Como era difícil ter que escolher. Rita não queria mais tomar decisões, elas são sempre muito chatas e sempre deixa aquela pergunta: E se eu tivesse feito de outra forma? Então, decidiu por conta própria que não mais decidiria por nada. Faria dos dois jeitos.

Teimosia, pode se dizer assim, caberia bem como seu nome. Não aceitava nunca um não, mas isso era bom, dava mais vontade, mais garra pra ir atrás do que lhe pertence. E de tanta teimosia e persistência chegou o dia D. Aquele dia que você tem que tomar uma grande decisão que vai mudar toda a sua vida pelo resto dela.

D de destino, desilusão, dúvida. E qual caminho seria o caminho do seu coração se ela sempre quis ficar, mas também sempre quis partir. Seu coração tem sentido dúbio, rá! coração levado, vive pregando peças e deixando essa confusão esparramada na sala de entrada. Mas coração é assim mesmo, moleque que faz uma bagunça na vida da gente.

Dessa vez ela precisava contar com sua intuição. Tinha que buscar a certeza dentro da sua responsabilidade e comprometimento com a própria vida. Impossível experimentar os dois caminhos, dessa vez o caos iria ser testado. E ela pensou na asa de borboleta batendo freneticamente do outro lado do mundo, modificando radicalmente a vida de toda a humanidade. Então Rita deu um sorriso. balançando a cabeça dizendo para si: Que bobagem, é apenas uma escolha. Decida logo e pare de ser dramática. 

Fechou os olhos e imaginou sua estrada em Y e conclui que os caminhos ao final da história chegariam a um único lugar, talvez se assim tivesse acontecido de outra forma seria, mas sendo dessa forma que é, somente pode ser assim. Decidiu ficar. Largou a caneta. Foi pra frente do espelho e de repente desfocando o olhar viu seu velho diário sobre a mesa e pensou quantas vezes tentou fazer tudo que podia para não precisar lidar com as escolhas, e somente assim chegou até aqui, escolhendo não escolher! E foi em meio aos seus devaneios e divagações que um passarinho, sem motivo aparente algum, pousou no beiral da janela, no meio da 'selva de pedra' um passarinho pousar na janela?! Rita tomou para si como uma aposta, um desfecho perfeito, uma intuição induzida e planejada por alguém que a compreende muito melhor do que ela própria. Ficou feliz com sua escolha. E desfez as malas e decidiu ficar pelo menos por um tempo.


  Foto Carolina Daimond




terça-feira, 2 de junho de 2015

Lições de vida

Lição de vida número 63:

Enquanto amassava o pão entrei em desespero quando vi toda aquela farinha solta na mesa, nada se juntava, a mão toda cheia de massa, pensei em parar, lavar a mão, jogar a massa fora e comprar o pão no supermercado, mas não queria me dar por vencida então continuei a amassar, de repente, depois de algum tempo amassando, colocando mais leite, depois mais farinha, depois amassando novamente, a massa estava toda homogênea, não grudava nas mãos e não grudava na pedra da mesa, a massa estava linda e lisa, quase pronta para ir ao forno.
E então eu vi a minha vida ali, na massa de pão sobre a mesa. Chega a ser engraçado, mas a vida da gente é assim mesmo, algumas vezes fica tudo uma bagunça, nada se encaixa, você tenta de um jeito, não funciona, tenta de outro e meleca tudo, coloca mais atenção e a vida fica mole, se cobra demais e a vida fica dura, a verdade é que parece que nunca vamos conseguir consertar a massa, ou melhor, a vida. Quando estamos no meio do caos, ele parece instalado e a sensação é de que nunca mais ele voltará a ser ordem novamente. Penso que, se todo mundo for igual a mim, a única vontade é sentar e chorar em busca de atenção e alguém que possa resolver toda essa desordem.  Mas aí vem uma pequena pitada espiritual, psicológica, emocional na medida tão exata que parece um passe de mágica e tudo vai ser encaixando e formando uma forte aura colorida capaz de deixar o coração em paz, a cabeça leve, o sorriso marcado no rosto, tudo volta ao seu estado de perfeita harmonia, claro que não para sempre, mas pelo menos até acabar o pão e precisar de fazer outra massa.
A verdadeira lição é entender que sim, tudo uma hora se ajeita. Vivemos ansiosos demais, em busca demais, querendo demais. Já falei da pressa outras vezes e ela persiste, precisamos de telefones mais rápidos, de computadores que conversam com você, de comida fast-food, de abraços rápidos e olhares quase inexistentes. Temos pressa. Temos ansiedade. E passamos por não perceber, que de uma forma ou de outra, a vida vai passar, se adicionarmos os ingredientes necessários e amassar com paciência, se soubermos esperar a hora de levar ao forno, a vida  lhe entregará um lindo e saboroso pão.
Olhe mais nos olhos. Menos pressa. Menos ansiedade. Mais abraços. Mais carinho. Mais tranquilidade, no final tudo se resolve!

 #porumavidamaiscolorida 

Lições de vida estão sendo adicionadas uma a uma na minha página no Facebook: Carolina Daimond. Como o Ovelha Negra retornou agora, estou publicando a lição 63 que foi postada hoje. Vou postar todas as outras 62 lições aos poucos, acompanhe!


Ovelha Negra: O retorno

Ovelha Negra: O retorno

O retorno

Recomeçar faz parte do lado mágico da vida. O que seria de nós sem esse belo recomeço diário? Como faríamos se tivéssemos apenas uma vez em tudo? Nada de erros, movimentos friamente calculados, espaços preenchidos com precisão para que tudo dê certo, por que se falhar... Acabou!

Bom mesmo é acordar todos os dias, ver o sol nascer, contemplar esse presente vivo a sua frente e sentir que é possível (re) começar tudo outra vez de outra maneira completamente diferente, nesse caso cabe a total redundância. A vida é feita de começos inacabados e estamos sempre buscando a total perfeição, a felicidade utópica, o horizonte que carrega seus segredos intocáveis e nos seduz na busca constante de acertar o alvo. 

A verdade é que nada é definitivo, já dizia o sábio: Só não há jeito pra morte! - contrariando o sábio, até pra morte há de se ter um jeito sim. 
Mas o fato é que: nada é definitivo. Vivemos em uma roda gigantesca de contraditórios, com ondas altas e baixas, de ir e vir, de chegadas e partidas. Somos seres humanos com direito a errar, recomeçar, voltar atrás e tentar assim fazer de um jeito que possa dar certo.

A vida é um mistério! Não se tem nada em mãos, nem passado, nem presente e tão pouco o futuro, então meu querido leitor: se errou, recomece. Se quer voltar, retorne. Se o outro jeito que você imaginou que daria certo não deu, tente outra vez de outra maneira. O fracasso, ao contrário do que a gente pensa, não está em voltar atrás, o fracasso está em não reconhecer que recuar pode salvar a guerra e garantir a vitória. 

Quando se tem pra onde voltar, podemos sair pelo mundo em busca dos nossos sonhos, podemos errar quantas vezes forem necessárias em busca de acertos, podemos ir em busca da nossa identidade secreta, dos nossos sonhos de infância, do grande amor que anseia-se viver, do trabalho que vira hobby, da felicidade clandestina, da Clarice escondida em alguma parte da alma... Quando se tem pra onde voltar, tudo isso se torna história para contar, por que ir é bom e fascinante, mas voltar, ah! voltar é recomeçar a história só que  diferente!


Querido leitor, 

É com imenso prazer que Ovelha Negra anuncia seu retorno, e esperamos sua visita pelas nossas páginas de leitura. 
Voltamos diferente, afinal toda volta traz uma bagagem emocional de vivencias e histórias pedindo para serem reescritas. 
Ovelha Negra quer compartilhar com você: poesia, contos, crônicas e o que mais achar necessário e interessante, então delicie-se!

Porque todo caminho que vai, volta!



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