quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Flores de setembro

Encontrei suas coisas espalhadas pelo chão de casa. Que sensação ruim. Que aperto esmagante no peito. Como você pode ir embora assim? Sem olhar pra trás e ver que meu coração sufocava. Tudo, absolutamente tudo tem a sua cara, inclusive a lata de lixo da cozinha.
Pensei em sumir, mas não seria justo comigo. Você é apenas mais um, entre milhares de homens que poderia partir meu coração. Ele está espatifado. Em milhões de pedaços. Posso até dizer que: Nunca doeu tanto!
Você, mesmo assim, não precisou saber. Pegou o que te interessava. Deixou sua camiseta velha, alguns cd's arranhados, e marcas pra todos os lados. Foi embora, partiu com o vento de agosto. Não olhou pra trás, não me deu um adeus.
Mas deixou suas marcas sim, digitais por todos os lados, restos de sonhos, pedaços de histórias que não fecha, que não acaba, que não tem fim.
Os bons ventos de agosto partiram, você partiu com ele, me sobraram as flores de setembro que chegam colorindo meus dias, enchendo de paz e esperança,  renasce minh'alma!
E a vida segue seu ritmo, nada aconteceu, ninguém percebeu, ninguém sentiu. As músicas vão continuar a existir, os livros vão ser lançados, os filmes continuarão anestesiando algumas dores, a vodka trabalhará normalmente seus efeitos entorpecedores que fazem a dor sumir por algumas horas e você não vai voltar. Eu preciso saber que você não vai voltar, pra continuar existindo, pra não querer sumir, pra sobreviver.
Mas as flores... as flores sabem sim, elas vieram mais cedo esse ano.

"Se um dia se cansar do seu jardim, trago flores pra você dentro de mim" (Scracho - Clara)



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