segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Um dia...




Nem muito havia pra ser dito. Quase tudo ficou resolvido. Ele com os livros pela metade pra lá, ela com sua caixa de lembranças pra cá.Uma solidão de ausência presente, um estar aqui sem saber de verdade onde está. Sem rumo, sem norte, falta de querer. 
Então ela pegou sua caixa com toda a sua vida e seguiu adiante. Agora ela não estava mais sozinha e precisava aprender a dividir, como diz a música. Precisava aprender a viver com o amor, ela que tantas vezes teve certeza que: "era dessa vez", deixou de acreditar que era possível encontrar e parou de procurar. 
Até que um dia, desses que a gente menos espera, desses que você anda de prendedor de cabelo com uma flor roxa, chinelo e calça toda rasgada e moleton, nesse dia ela sentiu que tinha uma nova chance e que valia a pena.
Ele não tinha muita beleza, magro, óculos de grau, ai! ela sempre detestou óculos de grau, cabelo meio desarrumado, barba por fazer, meio sem jeito pra conversar, mas isso só no início, por que depois foram horas de conversa e vinho e mais vinho e mais assunto e uma paixão.
Ela percebeu que não queria mais a solidão como companhia. 
Juntou todas as suas coisinhas em uma caixa. Ele pegou todos os seus livros pela metade e abriu um espaço, um espaço que cabia uma nova vida. Ela estava chegando e tudo que ele queria, ao menos naquele momento, era ficar com ela pra sempre. E a vida é feita de momentos. E ela chegou. Deixou sua caixa no apartamento que morava. Queria viver aquele momento apenas, sem pausa, sem voltar nem avançar, apenas viver o que estava escrito, página por página.



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